We keep moving

Aqui estamos, você e eu, debaixo da chuva vendo nosso passado
Nos divertindo através das brincadeiras de criança na chuva.
Éramos fortes o suficiente pra empurrar o sol pro lado
E fazíamos isso a qualquer momento.
Todas as gotas de chuva não eram maiores que nossos sorrisos
E nos movíamos como bem entendíamos
Como bailarinos dribladores motivados pela alegria inspiradora de nossos corações.

Eu me lembro claramente da sensação da água nos meus pés
E o único receio que eu tinha era de um relâmpago mais forte
Mas éramos fortes o suficiente pra entortar qualquer trovão
E obviamente eles jamais atingiriam o coração
Ainda que estivéssemos todo tempo com um imã ao lado dele.
E nos movíamos incondicionalmente na mesma direção
Como bailarinos viajantes coloridos motivados pela alegria inspiradora do próprio coração.

Ainda é fácil sentir como se eu estivesse com o cabelo molhado
E como é a sensação de gota a gota ficar completamente encharcado
Eramos fortes o suficiente pra conter tudo antes que tocasse o chão
E tentávamos isso sem receio de cair
Já que o volume de água no chão nunca era maior que no coração.
E nos movíamos sempre para o mais profundo
Como mergulhadores perfurantes corajosos motivados pela alegria inspiradora de nossos próprios corações.

E não há mais nada além daquela pancada de chuva nos esperando.
Obviamente nós sabemos como é ficar sob esse imenso cinza
Temos mentes fortes o suficiente pra criar qualquer cor nisso
Há sempre tanta imaginação, mas dessa vez não.
Já que a água parece muito gelada nessa época.
Mas movemos nossas cabeças sempre para o alto.
Como crianças recebendo a infância pelo olho e pela boca motivados pela essência inspiradora de nossos próprios corações.
Eu me lembro de alguns anos atrás, na minha rua
Quando eu ficava olhando pro céu esperando que chuva viesse só pra que eu pudesse brincar com ela.
E quando ela chegava tudo o que eu poderia fazer era ir até lá.
E é improvável.
Mas eu estava procurando.
Procurando pelo brilho do sol novo.
Hoje tudo tem a mesma cor.
E é improvável
Mas sinto como se estivesse procurando
Procurando pelo brilho na chuva.

Freestyle

O sussurro, o escuro e o silencio fazem parte do momento, fazem parte do aumento da profundidade do mundo. Fazem parte da veracidade poética dos olhos que eu inundo e que inundam os meus. E que cria no meu rosto um brilho que eu chamo de seu. Foi a lua que desceu? Ou fomos nós que subimos? Isso são as estrelas? Ou fomos nós que explodimos? E essa luz que nasceu? É o sol que apareceu? Ou só somos nós já sorrindo?

A dança

A inspiração está aqui
Por que é você que está aqui
Eu não esqueço do brilho dentro daquela luz apagada
Esta indecisão aqui
Não é só a dúvida que sempre me motiva
É por que eu não resisti ao tamanho do seu sorriso

Como eu te faço suspirar?
Eu gostaria de tentar
Eu gastaria tudo o que eu tivesse que gastar
Como eu te faço suspirar?
Eu gostaria de tentar
Eu viajaria por onde eu tivesse que viajar

Há uma coisa que eu sei e eu sempre sei
Quando eu fecho os olhos e eu fecho os olhos
Há uma coisa que eu sei quando eu fecho os olhos

Essa batida invisível está aqui
Por que é você que está aqui
Tirando sons singelos de um coração
Esta palavra está aqui
Não é apenas a criatividade que me motiva
É por que eu não resisti ao tamanho do seu sorriso

Como eu te faço dançar?
Eu gostaria de tentar
Eu falaria tudo o que eu tivesse que falar
Como eu te faço dançar?
Eu gostaria de tentar
Eu viajaria por onde eu tivesse que viajar

Há uma coisa que eu sei e eu sempre sei
Quando eu fecho os olhos e eu fecho os olhos
Há uma coisa que eu sei quando eu fecho os olhos

Você é tão bonita
Tão leve, elegante e delicada
É motivo de um juramento eterno
Você é tão bonita
Eu gosto do som sútil da sua risada
É motivo de um juramento sincero

Há uma coisa que eu sei e eu sempre sei
Quando eu fecho os olhos e eu fecho os olhos
Há uma coisa que eu sei quando eu fecho os olhos

Como eu te faço suspirar?
Eu gostaria de tentar

Lakota

Dono de um espirito guerreiro magnifico.
Somando energia de derrubar muralhas com a enregia de construir muros intransponiveis.

Inabalável vontade de vencer.

Olhos de Mestre Zen.
Olhos de Lakota

Tradicionalmente ele leva os valores por toda a vida.
Tradicionalmente ele eleva.
Se comprometeu com seus sentimentos.
Com sua força e caracteristicas.

Com os olhos de Lakota
Uma inabalável energia
Com os olhos do Mestre Zen.
Uma inabalável facilidade de ler

Tanto os olhos, quanto as situações.
E as palavras.

Ainda que em silêncio, muitas coisas são ditas.

Sem tatuagem por orgulho. Há tinta no seu coração.

Um inabalável coração lakota zen.

Célula elementar

Quando é muito tarde para estar acordado
O silêncio é barulho mais alto que se tem
O cérebro é o melhor lugar para estar mergulhado
Não é sobre sonho, é como estar zen

O eu em relação sempre elimina a solidão
Eu nunca revelo esse tipo de situação
E procuro em mim algum tipo de conversação
Quando nada bate mais alto que o coração.

Quando você está sozinho
Você não está sozinho
Há sempre alguém te ouvindo
E você sabe

O barulho do silêncio da madrugada
É só
O que eu consigo ouvir
Além de mim.

Procurando um lugar para colocar tudo dito
E é claro que não é dentro de um livro
Não quer dizer que eu me privo
De ler tudo o que eu tenho escrito

Quantas esferas você vence
Até encontrar o pessoal?
Não se misturar com uma célula maior
Não quer dizer que isso é um mal

Quando você está sozinho
Você não está sozinho
Há sempre alguém te ouvindo
E você sabe

Quantas vezes você ficar sozinho
Nunca estará sozinho
Há sempre alguém te ouvindo

Webjornalismo e o novo jornalista

Por João Henrique Olegario, Renato Pires e Raphael Sack

O jornalismo vive um período decisivo em sua história. As mudanças nas noções de tempo, espaço e velocidade trazidas pela internet além do avanço tecnológico e a possibilidade de múltiplas mídias foram capazes de criar uma crise no caminho da atividade. Essa nova ordem interfere diretamente na postura do jornalista, do repórter e da própria objetividade implícita na prática da profissão.

O jornalismo na internet, ou webjornalismo como também é chamado, tem como principal característica a instantaneidade. O ritmo de produção do conteúdo para a rede é diferente de outros meios como o rádio, a televisão e o impresso. Isso por que a publicação de uma notícia na rede acontece geralmente no momento seguinte ao que ela é finalizada. Nos outros veículos é necessário seguir uma grade de programação ou a data da publicação.

Outro fator importante é a possibilidade de alteração nas páginas. Tal fato permite que qualquer notícia receba complementos e ajustes. Isso não acontece nas mídias “concorrentes” à internet. Uma vez que um jornal é publicado ou que um programa de televisão ou rádio vai ao ar, ele só consegue informações adicionais ou correções na próxima edição.

A grande concorrência gerada pelo número de plataformas e também pelo elevado número de empresas de comunicação faz com que a busca pelo “furo” seja ainda mais intensa nesta era tecnológica. Em todas as notícias são colocadas a data e o horário da publicação. A busca desenfreada por ser o primeiro a conseguir “postar” a matéria pode gerar problemas de objetividade e até de qualidade da informação.

No entanto, não há apenas crise com a evolução do jornalismo para o webjornalismo. A rede proporciona também um espaço mais democrático, haja visto que qualquer pessoa pode ter a sua própria página. Existe a possibilidade de um maior número de informações, opiniões e também da interação com o público alvo.

O jornalista velocista

A velocidade do webjornalismo ainda fará um repórter ser mais rápido do que Usain Bolt, campeão olímpico e recordista mundial dos 100m no atletismo. A nova ordem pede urgência nas publicações. O jornalista faz parte deste processo e a busca pelas fontes passou a ser frenética e a produção do conteúdo semelhante ao processo industrial.

Diferentemente do que acontece em um veículo impresso onde há um tempo determinado para a apuração das fontes, na internet a pesquisa das informações acontece mais rapidamente. Por conta disso, o botão F5 do teclado (atualiza a publicação de uma página) é um dos termos capazes de caracterizar a prática jornalística.

“Eu fiquei o dia inteiro apertando F5”, disse o repórter Luís Araújo do canal de basquete do portal iG. “Iria sair no site da Fiba (Federação Internacional de Basquete) a decisão sobre a participação ou não da Grã-Bretanha nos Jogos Olímpicos de Londres. A matéria iria para a capa de esportes e talvez para a “home” do site. Então era preciso ganhar dos outros portais” explicou.

Se antes era comum nas redações das empresas jornalísticas uma pessoa fazendo rádio escuta (jornalista responsável pela apuração de informações de outros meios), hoje é natural que os repórteres trabalhem vasculhando “novidades” em outros sites, inclusive nos concorrentes.

“É bastante comum ver notícias muito parecidas em todos os portais”, disse Bárbara Ariola, repórter do site “Vila Mulher”, site que produz conteúdo feminino para o portal Terra. “O problema é quando alguém simplesmente copia e cola. E isso até acontece quando são notas menores. Nos casos de matérias especiais já é mais complicado”.

Internet como fonte

Mais do que uma fonte de pesquisa, a internet pode produzir algo pelo qual o jornalismo é movido: as aspas. Com apenas alguns cliques, é possível ter acesso a informações de todas as localidades bem como declarações de pessoas que não estão ao alcance das redações.

A falta de fronteiras na rede é capaz de “redimensionar” o mundo. Não é sempre e não são todas as empresas que reúnem a possibilidade de mandar um repórter a campo. Muitas entrevistas são feitas por email uma vez que não é possível agendar encontro entre entrevistador e entrevistado.

“Eu não vou fazer uma matéria falando sobre o Michael Jordan por que eu não tenho o telefone dele?”, disse Luís Araújo, repórter de basquete do portal iG. “O que mais tem relevância no basquete é NBA dos EUA. Muitas notícias giram em torno do que os jogadores falam após as partidas para as televisões, jornais e sites de lá”.

Outro fator importante nessa analise são as agências de notícias e os sites de outros países. Eles conferem ao repórter sem nem sequer sair da cadeira informações, imagens, vídeos, declarações às quais ele não tem como chegar.

É o que acontece com a fotográfa Jéssica Mangaba que trabalha no site da revista Veja: “Meu trabalho é ficar montando e editando as galerias de imagens do site”, afirma ela. “Para conseguir isso eu fico o dia todo procurando fotos em bancos de imagens, agências de notícias”.

É mais fácil errar na internet

Embora seja uma fonte rica em possibilidades, a internet também causar ao webjornalista algumas “pegadinhas”. Há um volume imenso de páginas que abordam os mesmos temas, muitas vezes com enfoques diferentes, opiniões contrárias e até mesmo imprecisão jornalística.

Segundo uma pesquisa feita pelo mestre em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS/RS) Demétrio de Azeredo Soster, “se erra muito no webjornalismo em decorrência do aumento das velocidades de produção”. Após uma pesquisa realizada durante as eleições de 2002, ele constatou 1392 erros em um universo de 468 matérias publicadas pelo portal UOL.

Soster tratou de dividir os erros em dois grandes grupos. No primeiro, Ruídos de Linguagem, ele juntou falhas de ortografia, concordância e gramática, grafia de nomes, digitação, além de repetição e ausência de palavras. Erros de informação, edição, ambiguidade, incoerência entre título e informação e dados incoerentes dentro do próprio texto foram classificados em um segundo grupo, chamado de Imprecisão Jornalística.

Luís Araújo, repórter do canal de basquete no portal iG, cometeu um erro de informação em uma matéria por conta de um problema relacionado à internet. Segundo ele próprio, quando da cobertura de um jogo do Novo Basquete Brasil feita pelo site oficial da competição, o cronômetro zerou com o placar final errado. O resultado foi a publicação de um relato do jogo com o vencedor errado.

A força das Mídias Sociais

A velocidade pela busca do furo jornalístico teve um “upgrade” nos últimos anos. A evolução das mídias sociais fez com que a informação ganhasse ainda mais rapidez para ser passada ao público.

“Muitos dizem que depois do jornalismo online o furo não existe mais. É muito fácil divulgar uma informação imediata e milésimos de segundos depois a concorrente lançar a mesma notícia. Então não podemos dizer quem foi que saiu na frente, etc. Obviamente o twitter e outras redes do tipo são totalmente relevantes ao imediatismo. Elas superam TV, rádio e claro, o jornal”, afirma Bárbara.

Com a liberdade de comunicação interativa, mais a facilidade no uso das ferramentas, as redes sociais podem até ser classificadas como uma das formas mais poderosas de comunicação atualmente. Seu crescimento significativo contribuiu para a interação entre público e jornalistas. Prova disso são os dados do Ibope, afirmando que 80% dos brasileiros que tem acesso a internet participam de alguma rede social.

“Eu ‘furei’ um jornalista norte-americano com o twitter dele”, disse Luís Araújo. “Era um cara que escrevia para um grande portal. Ele confirmou a troca de um jogador na página dele. Usando curta informação que ele deu, fiz a minha matéria. Obviamente, o citei. Mas a notícia saiu antes no nosso canal do que no dele”, conta o repórter.

É comum ver comentários de leitores na parte final das notícias. A interatividade também se faz presente. Enquetes, vídeos feitos pelo próprio público também são canais diretos. No Twitter, o jornalista fala diretamente com seu seguidor.

In

Começou. Foi assim. Quando ela apertou o botão “sim”. Me aceitou, foi assim. E ai? Bom ai? Diz que sim. Pro meu sorrizin, safadin. Ela também ri, só sorri. Faz assim. Olha assim, de ladin. Faz que não, mas quer sim. Eu conheço esse charminho. Já vivi. Já senti. Pressenti. Caidin, já cai. Conheci. Um “oi” e ai um beijin. De cantin. É, foi sim e assim que eu senti o abracin pertadin com carinho e carinha de ursinho. Tipo assim, só gracinha. E eu deixei, não fingi, mas sou bom com isso ai. E ai? Eu já vi, cê já viu. É o comecin de coisa, não tem fim.

 

Do começo ao fim, o presente é aqui.

 

É, aprendi. Foi com Tim. A ficar tranquilin. A promessa que eu fiz, foi para mim. E eu sai do que não é assim. Quero sim, um amor bonitinho, mas assim tranquilin. Minha raiz é só isso ai. E eu sorri, só sorri de ladin. Sou assim. Só isso e mais um pouquin, como um plin já sem fim. É, eu segui, consegui. Em itaquera é assim e a lei dentro de mim é no esquema pagadin. Pé por pé, sapatin. De fininho em fininho eu sambei miudinho. Nem demorou eu cantei, explodi. Já chorei, mas sorri o comecinho de uma história sem fim.

 

Do começo aqui, o presente é aqui

 

É, agora to aqui. To afim. De escrever historin. Por num cine aqui, e estourar ganhar um bom din expondo em Holly ou Paris. É, to afim, mas se sou eu que fiz, atuo tintin por tintin. Sou vilão e já sei o comecin. Que tal um beijin deitadin? Juntin quando a noite cair, mas quetin. Devagarzin, pontinha por pontinha. Minha mão na mãozin. Meu olho no olhin, Minha boca, na boquin. Meu amor na amorzin. Faço assim. Me dá um sorrizin que eu te dou uma estrelinha. Me dá o meu fim, que eu te dou o seu fim. Meu amor é assim, e o final não tem fim e se é com o amorzin termina em três pontin… e feliz

Do começo ao fim, o presente é aqui.

 

Ronaldo é gol

Não é todo dia que se vê um eclipse total da lua. O famoso Cometa Halley era visto a cada 76 anos. Também não há quem consiga explicar ou negar a existência dos extraterrestres. Os Tsnunamis, as chuvas, as queimadas, os furacões vão ser lembrados em todas as retrospectivas de final do ano. No entanto, “Fenômeno” eles não são. Ou pelo menos estão mais afastados do significado desta palavra a partir de agora. Essa ideia, de coisas fenomenais, mudou. Praticamente acabou nesta segunda-feira com o anuncio da aposentadoria do jogador Ronaldo.

Pelé foi o “Rei”. Maradona é o “Diós (D10S)” na Argentina. Leônidas da Silva, primeiro grande craque brasileiro, é lembrado como “Diamante Negro”. Romário foi o “Baixinho”. Garrincha tinha as pernas tortas e Zico era o “Galinho de Quintino”. Michael Jordan foi “Air” e Earvin Johnson dava passes tão geniais que foi apelidado de “Magic” na NBA. O apelido sobrou para Paula, companheira de Hortência, a “Rainha do Basquete”. Na Fórmula 1, Ayrton Senna era “do Brasil” e rivalizou por tanto tempo com o “Professor” Alain Prost.

Ronaldo Luís Nazário de Lima é certamente um integrante dessa classe de atleta especial que marca época. O “Fenômeno”, apelido que recebeu dos jornalistas espanhóis quando de sua passagem pelo Barcelona em 1996, é um jogador único e que não precisa de muitas definições. Basta uma palavra, uma ideia. E ele é o que exatamente aquilo que ele conseguiu construir ao longo de sua carreira: fenomenal!

No entanto, a partir do último dia 14 de fevereiro, Ronaldo entrou para outra classe, a de ex-atletas. Após 18 anos de uma jornada profissional vitoriosa, um dos maiores astros dos últimos 20 anos parou. Parou sob uma chuva de pedras que não eram meteoros de duelos planetários. Parou sob pedradas de vândalos que o culparam por conta de um vexame fenomenal.

A atuação do jogador no revés por 2 a 0 diante do Deportes Tolima, time colombiano que determinou a eliminação do Corinthians da Taça Libertadores da América, não lembrou em nada as arrancadas que marcaram sua carreira. Há muito tempo o Fenômeno não era mais tão rápido como um relâmpago que rasgava o céu. Muito menos tão devastador quanto um vendaval capaz de não deixar nada e nenhum defensor em pé. Ronaldo é gol como diz a música, mas desde 13 de novembro ele não balançava as redes.

A eliminação, as dores em virtude das lesões numerosas e a alegação de hipotireoidismo descoberto há quatro anos quando ainda jogava no Milan pesaram. E Ronaldo, pesado, decidiu que era o momento de antecipar a aposentadoria programada para o final de 2011. A precipitação abordada por todos os canais de televisão e por cerca de 300 profissionais na sala de imprensa do Corinthians com espaço para 150 não era a chuva tradicional em São Paulo. O jogador eleito três vezes melhor do mundo (1996, 1997 e 2002) chorou após ter “abandonar algo que fez com tanto amor por ter chegado ao máximo do sacrifício”.

O anuncio colocou um ponto final na carreira do camisa 9. A trajetória de Ronaldo começou no São Cristóvão do Rio de Janeiro. No entanto, foi no Cruzeiro de Belo Horizonte aos 16 que o jogador conseguiu destaque nacional. A estreia como profissional no time mineiro aconteceu no dia 25 de maio de 1993. A rápida evolução fez o jovem fazer parte do grupo da Seleção Brasileira que conquistou a Copa do Mundo de 1994 disputada nos EUA.

Mesmo sem entrar em campo no mundial norte-americano, Ronaldo começou a desenhar sua trajetória internacional. Por “apenas” US$ 6 milhões, o jogador trocou o Cruzeiro pelo PSV da Holanda. Os 67 gols em 71 jogos nas duas temporadas que fez pelo time holandês fizeram o Barcelona da Espanha abrir os cofres. O time catalão desembolsou US$ 20 milhões para contar com os trabalhos do atacante.

Aos 20 anos, Ronaldo fez na Espanha uma temporada incrível que lhe rendeu o apelido fenomenal. Foi jogando pelo Barcelona que o atacante conseguiu levantar o prêmio de melhor do mundo pela primeira vez. No entanto, o atleta ficou apenas uma temporada no time catalão e após 47 gols em 52 jogos foi para a Itália para jogar pela Internazionale de Milão.

O começo no time italiano foi bom e Ronaldo foi eleito como melhor do mundo pela segunda vez. Contudo, o jogador passou a ter que lidar com problemas. O primeiro deles foi a convulsão momentos antes da final da Copa do Mundo da França em 1998 quando o Brasil foi derrotado pela França por 3 a 0 na final. No ano seguinte o atleta lidou com sua primeira grave lesão. A volta antecipada resultou em uma chocante imagem: em uma arrancada no seu retorno, o tendão patelar do Fenômeno se rompeu completamente e a carreira quase foi abreviada.

Após 15 meses de recuperação, Ronaldo foi convocado por Luís Felipe Scolari para a disputa da Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão. Os oito gols no torneio, incluindo dois na decisão contra a Alemanha, fizeram o jogador alcançar pela terceira vez o status de melhor do mundo e valeu uma transferência para o Real Madrid.

Novamente na Espanha, Ronaldo fez parte da era “Galáctica” do time madrilenho ao lado de outros astros como Zinedine Zidane e David Beckham. Sucesso de marketing, o jogador viu o número de títulos minguar, as criticas a respeito de seu peso surgirem.

Antes de voltar para a Itália, desta vez para o Milan, Ronaldo fez na vitória do Brasil diante de Gana em 2006 na Alemanha o seu décimo quinto gol em copas do mundo se isolando como o maior artilheiro do evento. O gol também foi o 71º e último em seus 12 anos servindo à Seleção Brasileira.

Dispensado pelo time italiano, Ronaldo voltou ao Brasil e acertou com o Corinthians. No time paulista, o jogador fez os seus últimos 35 gols na carreira. No primeiro semestre de 2009, o fenômeno comandou a campanha vitoriosa da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista fazendo gol nas duas decisões.

As lesões e o peso elevado voltaram a assombrar o camisa 9. Fora de campo, o jogador ajudou o Corinthians a obter o quarto maior patrocínio do mundo na camisa. Dentro das quatro linhas os seguidos fracassos foram minando o impacto do Fenômeno. Fora de forma, ele não conseguiu repetir o desempenho de sua chegada no time paulista. Longe de ser uma unanimidade até entre os corintianos, o Fenômeno optou pela aposentadoria, mas revelou que vai seguir próximo ao futebol, especialmente de seu último clube.

Artilheiro, Ronaldo deixou para a história 475 gols nos 576 jogos que fez como profissional.  Além dos três troféus de melhor jogador do planeta e das duas Copas do Mundo, o jogador colecionou 18 títulos (seis deles com a Seleção Brasileira), antes de colocar um ponto final na trajetória fenomenal.

 

Emptiness

Dormindo no vácuo, sem som e sem luz.
Acorda sem nada.
Hoje não tem nada.
Nada diferente.

 

Não pula da cama com nada.
Não cria. Nada diferente.
Nem ideia. Nem pensa.
Não tem pensamento.
Hoje não tem inspiração.

 

Não tem nada.
No banho não tem água.
Tem, mas não molha
Apenas renova a manhã.

 

E já que se fala tanto em outras manhãs
Essa é como eram as outras.
Com nada.
Ninguém tem rosto.
Não tem sol, nem céu.
Não tem estrela de dia.
Só um salto profundo.

 

Só tem chão de rua
Com caminho que passa da linha do horizonte.
Com caminho até o infinito e pedras pra chutar.

 

Não tem nem fone de ouvido pra acompanhar.
Sem música pra inspirar.

 

Não tem fome.
A comida passa pelo nó na garganta
Mas cai pelo buraco que fica no corpo.

 

Não tem mais certo, nem errado.
O que é verdade e mentira ficou relativo
Não há resposta (metade dela).

 

Sem voz, sem cor.

Eu não tenho mais nada para dizer.
Então eu continuo me movendo.

Continuo me movendo.

 

Dormindo no vácuo, sem som e sem luz.

Acorda sem nada.

Hoje não tem nada.

Nada diferente.

 

Não pula da cama com nada.

Não cria. Nada diferente.

Nem ideia. Nem pensa.

Não tem pensamento.

Hoje não tem inspiração.

 

Não tem nada.

No banho não tem água.

Tem, mas não molha

Apenas renova a manhã.

 

E já que se fala tanto em outras manhãs

Essa é como eram as outras.

Com nada.

Ninguém tem rosto.

Não tem sol, nem céu.

Não tem estrela de dia.

Só um salto profundo.

 

Só tem chão de rua

Com caminho que passa da linha do horizonte.

Com caminho até o infinito e pedras pra chutar.

 

Não tem nem fone de ouvido pra acompanhar.

Sem música pra inspirar.

 

Não tem fome.

A comida passa pelo nó na garganta

Mas cai pelo buraco que fica no corpo.

 

Não tem mais certo, nem errado.

O que é verdade e mentira ficou relativo

Não há resposta (metade dela).

 

Sem voz, sem cor.

Eu não tenho mais nada para dizer.

Então eu continuo me movendo.

Continuo me movendo.

Energia

Então você coloca muita energia
Sem saber se você tem mais tempo
Para tudo desta noite

Há muitos caminhos de ida
E muitos caminhos de volta
Eu não pretendo saber de todos

Então você para no meio deles

Com ou sem energia
Eu não pretendo saber de tudo
Nem que eu leia todas as linhas
Ou que escute todas as palavras

Há muitas possibilidades de futuro
Há muitas coisas pra fazer
Eu não pretendo saber de tudo

Eu não sei se é a última vez que eu gasto tanta energia
E não pretendo saber

Eu danço
Eu canto
Eu choro
Eu sorrio
Mas ninguém sabe

Todos dançam
Todos cantam
Todos choram
Todos sorriem
Mas eu não sei

Não há mais nada para saber sobre esta noite
E eu não pretendo saber